Um dos objetivos da Farta é fazer com que os temas que tratamos na revista ganhem vida, saiam do papel.
Desafiamos o estúdio de cerâmica BePolar, por exemplo, a criar um prato ideal para comer a francesinha, a musa da nossa primeira edição. Também quisemos imprimir fotos e ilustrações encomendadas exclusivamente para a revista como forma de fazer com que o trabalho de fotógrafos e ilustradores tão talentosos pudessem ser perpetuados nas paredes das salas e quartos dos amantes da sandes.
Mas agora fomos além. Desta vez, pensamos que seria uma grande experiência ter o chef Vasco Coelho Santos a servir a francesinha que ele criou para nossas páginas (baseado naquilo que, para ele, poderia ser a melhor versão de sempre da famosa receita de alma portuense).
“Então, Vasco, e o que achas de fazermos um jantar para que se possa provar a francesinha que deixou toda a gente a salivar ao ler a Farta?”. A resposta dele foi um sonoro sim, e eis que o tal jantar finalmente ocorreu, para a felicidade dos 60 sortudos que conseguiram garantir um lugar à mesa.
A localização escolhida foi o Semea, restaurante mais casual de Coelho Santos na zona da Ribeira, no Porto. O chef conseguiu atrair grupos de pessoas e até comensais que se aventuraram sozinhos para provar a receita — havia mesmo quem estava ali para provar a francesinha pela primeira vez ou quem tenha vindo de propósito de Lisboa para o jantar. Uma prova de que a francesinha é absolutamente democrática, como nós já sabíamos.
Mas que também pode ser elevada a um novo patamar, como conseguiu Vasco, pela seleção de ingredientes: pão de forma de massa mãe da Ogi by Euskalduna (a padaria que ele abriu no Porto), aba de vaca assada, chouriça, salsicha fresca e linguiça fumada, fatias de queijo Flor do Vale de Alfazeirão e, para completar tudo, o indefectível molho com cabeças de gamba, cerveja, piri-piri, louro e outros condimentos (mantidos em segredo, pois claro).
A batata frita foi uma receita recuperada pelo chef dos seus bons tempos do BaixóPito, primeiro restaurante que ele abriu na cidade: passaram por dupla fritura e foram submersas em óleo quente ainda com a casca. Mergulhadas no molho, eram quase pecaminosas.
Para tornar a experiência ainda melhor, contamos com a parceria da Super Bock, que com a presença de Marta Fraga, beer sommelier da marca, preparou o pairing para provar que tudo o que é bom pode ficar ainda melhor.
Para o bolinho de bacalhau servido como entrada, a cerveja escolhida foi Super Bock Selecção 1927 Japanese Rice Lager. Para a indefectível francesinha, ela optou pela Super Bock Selecção 1927 Munich Dunkel. E para a aletria de sobremesa, a escolha surpreendente foi uma Bengal Amber IPA.
Foi uma dessas noites especiais, que quem esteve presente dificilmente vai conseguir esquecer. Agora nosso objetivo é tentar convencer o Vasco e a equipa dele a tentar, quem sabe, repetir a dose no futuro. Até lá, registramos o nosso muito obrigado a eles e à Super Bock por fazer com que a Farta, mais do que lida, pudesse ser servida, desfrutada e apreciada. Tudo aquilo que uma revista de comida almeja.
Rafael Tonon
Editor