A Farta é um Processo Revolucionário em Curso. De dentro para fora e de dentro para… dentro. Entre edições, algo se apodera de nós e faz com que tudo seja colocado em causa.
Mas será que a próxima Farta deve ser doce? Salgada? Agridoce? Um processo criativo efervescente e que provoca um verdadeiro reboliço entre editor e equipa criativa. Onde as opiniões brotam e o consenso nem sempre impera.
Gostamos de acreditar que é da dúvida que surge o progresso. E é entre conversas acesas e discussões pacíficas que estamos em condições de apresentar o resultado do nosso consenso. O mais unânime dos consensos.
A nossa terceira edição é uma ode a uma das sobremesas mais populares do mundo — para além das fronteiras portuguesas — que agita ânimos e resgata memórias, que enche barrigas e esquenta corações. Nos restaurantes fine dining e nas padarias, feitas de vinho e de sangue (sim!), são abordadas nesta revista para além do que se convencionou a pensar sobre as suas potencialidades.
Optamos deliberadamente por quebrar as convenções previamente estabelecidas nas duas edições anteriores. Uma exploração mais profunda ao nível da fotografia e uma abertura mais ampla a uma diversidade plástica que nos permite experienciar perspectivas diferentes.
Sendo “a estética a nossa linguagem de amor sobre a gastronomia”, nada melhor do que explorá-la através de novas formas. E é na procura pelo diverso que nos encontramos com este pedaço de mau caminho. O seu receituário, aspeto, e possibilidades, tornam-na num dos pratos mais democráticos das nossas mesas.
Queremos falar daquilo que está nas mesas, nas bocas e no quotidiano de toda a gente. “Quotidiano? Mas a rabanada não é coisa só do Natal?”. Limpem as vossas bocas infames para duvidar da atemporalidade das fatias de pão amanhecido que viram ouro depois de um banho de leite — e que estão entre nós muito antes de o mundo ver Jesus nascer.
De muitas caras — a rabanada — do doce ao salgado, do belo ao feio, de traços perfeitamente geométricos ao pedaço de pão deformado. Até porque o objeto físico que vos chegará em breve às mãos acaba por encher o olho, oferecendo uma das mais profundas ligações familiares através da excelência da sua simplicidade. E assim se cumpre a função.
Disponível em breve para pré-encomenda no website da Farta. Bem a tempo das prendas de Natal.